Capítulo 2 – O Grão-Mestre Mac Murdo era um homem que despertava a atenção para onde quer que fosse. Ao fim de uma semana, era O hóspede mais importante da pensão Shafter, tanto mais que os outros pensionistas eram gente modesta, bem diferentes do jovem irlandês. À noite, conversava animadamente, cantava canções agradáveis, mas o seu desrespeito pela Lei, tanto encantava alguns, corno assustava outros.
Enamorara-se pela filha do seu hospedeiro. Desde o segundo dia que lho manifestara, repetindo-lho constantemente e mostrando-se alheio à indiferença, com que ela lhe ouvia os galanteios, na intenção de desencorajá-lo.
- Existe um outro! - passou a exclamar Mac Murdo, logo acrescentando - Terá de acautelar-se comigo. Você, Ettie, pode dizer «não» quantas vezes quiser, mas acabará por dizer «sim» e eu sou bastante jovem para esperar.
Era insinuante e sabia conquistar uma mulher. Por vezes falava-lhe dos doces vales do condado de Managhan, de onde viera e da fronteira ilha distante; outras vezes descrevia-lhe a vida nas cidades do Norte, do Estado de Detroit: falava-lhe das zonas de madeiras de Michigan, de Buffalo e finalmente de Chicago, onde trabalhara numa serralharia.
A pouco e pouco, Ettie foi-se também enamorando dele.
Camo era instruído, Mac Murdo obtivera um emprego como guarda livros e, ocupado quase todo o dia, não tivera ainda ocasião de apresentar-se ao chefe da Loja da Antiga Ordem dos Homens Livres.
Certa noite apareceu-lhe Scanlan que, ele não via desde a viagem de comboio. Era um homenzinho baixo, nervoso, com olhos vivos, que manifestou alegria em vê-lo.
- Tomei a liberdade de visitá-lo, Mac Murdo - principiou Scanlan. - Estou surpreendido por você ainda não se ter apresentado a Mac Ginty.