O Vale do Terror - Cap. 4: Capítulo 4 – A Treva Pág. 31 / 172

Capítulo 4 – A Treva

Às três horas da manhã, o chefe da Polícia de Sussex, atendendo ao apelo urgente do sargento Wilson, de Birlstone, fez-se transportar num trem cujo cavalo vinha exausto da galopada. Transmitira o comunicado à Scotland Yard pelo comboio das cinco e quarente e, ao meio-dia, encontrava-se na estação para receber-nos. White Mason era um homem de aspecto calmo e agradável. Trajava um elegante fato desportivo, tinha o rosto corado e bem escanhoado, compleição robusta, pernas fortes e arqueadas, calçava polainas e lembrava um modesto agricultor, um couteiro aposentado ou qualquer outra pessoa, menos um espécime do polícia provinciano.

- Um verdadeiro quebra-cabeças, Mr. Mac Donald - repetia incessantemente. - Os jornalistas hão-de cair aqui como moscas quando tiverem conhecimento disto. Espero que possamos terminar o nosso trabalho antes de começarem a meter o nariz e a estragar todas as pistas. Que me lembre, nunca aconteceu colsa igual.

»É Mr. Holmes, se não me engano? E o senhor e o Dr. Watson? Reservámos-lhes quarto na “Westville Arms”. Não há outra estalagem por restas bandas. Contudo, sei que é asseada. Este homem levar-lhes-á a bagagem. Por aqui, meus senhores, se fazem favor.

O agente da Polícia do Sussex era diligente e jovial. Dentro de dez minutos tínhamos arranjado alojamentos e, ao cabo de outros dez, estávamos sentados no átrio da estalagem a ouvir uma rápida exposição dos acontecimentos, já atrás relatados. Mac Donald tomava uma ou outra nota ocasional enquanto Holmes parecia absorto, com o mesmo ar de reverente admiração com que o botânico observa uma flor rara.

- Fantástico! - exclamou, quando a narrativa terminou.





Os capítulos deste livro