- Eis vês a filha das cerúleas ondas,
A bela Vénus, que repoiso amigo,
Delicioso lhes traz; ilha divina
Onde quanto espalhou a natureza
Por mares, céus e terra em formosura,
Tudo ajuntou ali: capados bosques,
Coutos d’amena sombra; vicejantes
Relvas em que o primor de seus matizes
Esmerou Flora, e lhas bordou mais lindas
Que o próprio leito onde com doces beijos
Zéfiro lhe mitiga o ardor da sesta;
Murmurantes arroios, mansamente
- Em seu correr, de amores conversando
Coas as dríades do bosque; os rubicundos
E dourados tesouros de Pomona...
Oh! que cena de lânguidos prazeres,
Que paraíso de deleite, ó Vénus!
Pelo travesso filho asseteadas
As esquivas nereidas suspirando,
Seguem a bela deusa, que promete
A suspirar tão doce um doce prémio.
XIV
Mas