Camões - Cap. 8: CANTO OITAVO Pág. 140 / 177

- Eis vês a filha das cerúleas ondas,

A bela Vénus, que repoiso amigo,

Delicioso lhes traz; ilha divina

Onde quanto espalhou a natureza

Por mares, céus e terra em formosura,

Tudo ajuntou ali: capados bosques,

Coutos d’amena sombra; vicejantes

Relvas em que o primor de seus matizes

Esmerou Flora, e lhas bordou mais lindas

Que o próprio leito onde com doces beijos

Zéfiro lhe mitiga o ardor da sesta;

Murmurantes arroios, mansamente

- Em seu correr, de amores conversando

Coas as dríades do bosque; os rubicundos

E dourados tesouros de Pomona...

Oh! que cena de lânguidos prazeres,

Que paraíso de deleite, ó Vénus!

Pelo travesso filho asseteadas

As esquivas nereidas suspirando,

Seguem a bela deusa, que promete

A suspirar tão doce um doce prémio.

XIV

Mas





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