Camões - Cap. 8: CANTO OITAVO Pág. 143 / 177

Eia, as coroas

Rei dos Lusos, os carros lhe prepara,

Que à pátria volve com despojos cento

A humilhar a teus pés. Que vejo! é essa

A púrpura que o cinge! é esse o templo

Onde em triunfo o conduzis, ingratos!

Num hospital, de andrajos vis coberto

Morre Pacheco do seu rei na corte...

XVII

Almeida vem depois co nobre filho,

Que do índico oceano as águas tinge

Do sangue imigo e seu. Atroz vingança

Corre co iroso pai: Dabul, Cambaia,

Enseadas de Diu, ei-lo no ferro

Destruidor vos traz exício e morte.

Inveja vil de pérfidos validos,

Não é tua esta vítima; seus ossos,

Não lhos possuirás, ingrata pátria.

Seu fado negro foi, mas antes ele;

Antes perder a vida às mãos selvagens

Do rudo cafre na deserta areia,

Que à fome... à fome, e no seu pátrio ninho!

XVIII

Mas oh! que luz tamanha que abrir sinto!

Luz é do fogo e das luzentes armas

Com que Albuquerque vence o altivo Persa.





Os capítulos deste livro