Camões - Cap. 9: CANTO NONO Pág. 150 / 177

E essa que, de tão longe a Meca olhando,

Ouviu as derradeiras coxas preces

Que ao surdo Alá mandava aflito crente

Quando já sobre as asas da vitória

Cruz inimiga remontava à altura,

As humilhadas Luas arrojando

De precipício em precipício ao abismo;

Essa inda em pé, no meio das ruínas

Desmanteladas, seu fiel cimento,

Tenaz na antiga fé, guardando ainda,

No azul que em sua glória lhe vestiram,

As estrelas do Yaman e os enlaçados

Caracteres do Hydjaz!...

VI

Árabe é todo

O aspecto que estás vendo. Mas atenta

Aí nessas quebradas menos duras

Como a pique se tem negro, inteiriço

Céltico dólmin recordando o culto

Do sanguento Endovélico, o terrível

Irminsulf dos ferozes Lusitanos.

VII

Talvez permite AQUELE que de tudo

É norma eterna e lei, assim durarem

Quaisquer memórias que o respeito, a crença,

Errada embora, dos mortais levante

Em Seu nome.





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