Camões - Cap. 2: CANTO SEGUNDO Pág. 31 / 177

»

- «Deixa-me, ignorante,

Com teus medos ridículos. »

- «Embora

Embora: mas na Índia...»

- «Não prossigas.»

- «E que há» disse, apontando para o féretro

Que entrava a igreja então, o missionário,

«Que há tão medonho e mau nesses despojos

Da passageira vida? Um tronco seco,

Pelos ventos do outono despojado

Do viço e folhas, - tenda abandonada

Pelo viandante que voltou à pátria.

Oh! seja-lhe piedoso o juiz eterno.»

IV

Chegavam aos cancelos do convento,

E o missionário disse: - «Cavaleiro,

Da casa do Senhor aberta a porta,

Não passarei sem ir ante os altares

Meu tributo de graças of’recer-lhe

Cuido me seguireis: o humilde cântico

De nossa gratidão irá juntar-se

Com as preces dos mortos. Mas que importa?

Ouvirá Deus a todos. Se lho impedem

Superstições e medo, fique embora

E nos aguarde o escravo.





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