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Capítulo 2: CANTO SEGUNDO

Página 30
Mas ressumbra

Não sei quê tão solene e grave e augusto

De um funeral entrando a passo lento

As portas do jazigo, que essa pompa

Triunfal da morte, do mais duro peito,

Ao gesto mais tranquilo traz de força

Contracção impossível de encobrir-se.

Não lhe chamo terror, nome lhe assignem

Qual queiram mais; que o sentimento d’alma,

A impressão natural é sempre a mesma.

III

Desta comum fraqueza - se tal era -

Não foi isento o Luso; - e porventura

Um presságio de incógnita desgraça,

Pressentimento vago e mal distinto

De não sabido mal, se uniu àquela.

O Jau supersticioso, como é de Índios,

Fez claro um gesto de terror, a face

Volveu à esquerda, e coa mão fria trava

Da curta capa ao amo:

- «A esquerda, à esquerda,

Meu senhor não encares um finado

Em sua última viage: há mal em vê-lo

Face por face.

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pág. 30 (Capítulo 2)

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Capa do livro Camões
Páginas: 177
Página atual: 30

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
CANTO PRIMEIRO 1
CANTO SEGUNDO 28
CANTO TERCEIRO 42
CANTO QUARTO 65
CANTO QUINTO 86
CANTO SEXTO 99
CANTO SÉTIMO 111
CANTO OITAVO 131
CANTO NONO 146
CANTO DÉCIMO 161