A Guerra das Gálias - Cap. 5: LIVRO III Pág. 70 / 307

Tendo assim lançado em derrota e forçado a abandonar as suas armas todas as forças dos inimigos, os nossos soldados retiram para o campo e para os seus entrincheiramentos. Depois deste recontro, Galba não quis tentar mais a fortuna e lembrou-se que estabelecera os seus quartéis de Inverno com um desígnio bem diferente; vendo aonde circunstâncias imprevistas o tinham arrastado e muito preocupado principalmente perante a falta de trigo e de Viveres, no dia seguinte mandou queimar todas as habitações do burgo e tomou o caminho de regresso em direcção à Província' nenhum inimigo o deteve nem lhe atrasou a marcha. Trouxe a sua legião sem perdas até aos Nantuates e de lá aos Alóbroges, onde passou o Inverno.

VII - Depois destes acontecimentos, César tinha toda a razão para crer que a Gália estava pacificada; os Belgas tinham sido vencidos, os Germanos expulsos, os Sedunos vencidos nos Alpes; nestas condições, partira no começo do Inverno para a Ilíria, de que também queria visitar as nações e conheceras regiões: de súbito a guerra rebentou na Gália. Eis qual foi a razão. O jovem Públio Crasso, com a sétima legião, fora invernar entre os Andes, na proximidade do Oceano. Faltando o trigo naquelas paragens (56), enviou um grande número de prefeitos e de tribunos militares para os estados vizinhos para lá procurarem trigo e víveres: Tito Terrasidio, entre outros foi enviado aos Unelos, Marco Trébio Galo aos Coriosolitos, Quinto Velânio com Tito Sílio aos vénetos.

VIII - Este último povo é de bem longe o mais poderoso de toda esta costa marítima: os Vénetos possuem o maior número de navios, com os quais traficam na Bretanha, e superam os outros povos pela sua ciência e pela experiência da navegação; ocupam, de resto, neste grande mar violento e tempestuoso, o pequeno número de portos que ali se encontram e têm por tributários quase todos aqueles que navegam habitualmente nestas águas.





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