A Guerra das Gálias - Cap. 5: LIVRO III Pág. 71 / 307

Os primeiros retêm Sílio e Velânio, pensando recuperar por este meio os reféns que tinham entregue a Crasso. Levados pelo seu exemplo, os seus vizinhos, com aquela pronta e súbita resolução que caracteriza os Gauleses, detêm pelo mesmo motivo Trébio e Terrasidio; depressa, enviam deputados e comprometem-se, por intermédio dos seus chefes, a nada fazerem senão de comum acordo e correrem todos a mesma sorte; instam as outras cidades a conservar a liberdade que tinham recebido de seus pais, em vez de suportar o jugo dos Romanos. Toda a costa bem depressa é ganha para a sua opinião, e uma embaixada comum foi enviada a Públio Crasso para o convidar a restituir os reféns, se quisesse que lhe restituíssem os seus oficiais.

IX - Informado destes acontecimentos por Crasso, César ordena que construam enquanto o esperam - porque estava muito longe (57) - navios de guerra no Loire, que se lança no Oceano, que recrutem remadores na Província e procurem marinheiros e pilotos. Estas ordens são rapidamente executadas. Ele próprio, logo que a estação lho permite, parte para junto do exército. Os Vénetos, assim como os outros estados, quando souberam da chegada de César, compreendendo de que crime se tinham tornado culpados ao prenderem e ao porem a ferros embaixadores (cuja qualidade em todas as nações foi sempre sagrada e inviolável), proporcionam os seus preparativos guerreiros à grandeza do perigo e providenciam principalmente o equipamento dos seus navios; a sua esperança era tanto mal~ forte quanto a natureza do país lhes inspirava muita confiança. Sabiam que os caminhos de terra estavam cortados pela maré cheia por baías, que toda a navegação era entravada pela ignorância em que estávamos dos locais e do pequeno número dos portos; pensavam que a falta de víveres nos tornava impossível toda a estada prolongada entre eles e, mesmo que a sua expectativa fosse iludida, de qualquer modo sabiam que continuavam a ser mais poderosos no mar.





Os capítulos deste livro