Contos de Mistério - Cap. 3: O SOLAR ASSOMBRADO DE GORESTHORPE
(The haunted grange of Goresthorpe) Pág. 83 / 167

Sou sempre sensível às influências femininas.

Além disso, o que seria o fantasma de Jorrocks ao lado deste?

Podia arranjar-se algum com melhor gosto?

Não seria expor-me a perturbações do sistema nervoso encontrar-me frente a frente com criaturas como a minha última visitante, se não tomasse de imediato o meu partido?

Ela dirigiu-me um sorriso seráfico, como se adivinhasse o que se passava no meu espírito.

- Serve! - exclamei. - Escolho esta.

E no meu entusiasmo dei um passo para ela e transpus o círculo mágico que me tinha cercado.

- Argentin, fomos roubados!

Tive confusamente consciência de que estas palavras foram pronunciadas ou, antes, gritadas aos meus ouvidos um grande número de vezes sem que conseguisse captar-lhes o sentido.

Uma violenta palpitação que sentia na cabeça parecia-me acomodar-se por si própria ao seu ritmo, e fechei os olhos a esta cantiga de embalar: "Roubados! Roubados! Roubados!"

Mas um safanão enérgico obrigou-me a reabri-los e a visão de Mrs. d'Odd no mais leve dos trajos e na mais violenta das cóleras impressionou-me suficientemente para reunir as ideias dispersas e mostrar-me que estava estendido de costas, a cabeça no meio das cinzas deixadas pelo lume na" última noite, e que segurava na mão um frasquinho.

Levantei-me penosamente, mas senti tanta fraqueza, tanta vertigem que tive de deixar-me cair na cadeira.

Como o meu cérebro se iluminava graças à influência estimulante das exclamações de Mathilda, consegui recordar-me aos poucos dos acontecimentos da noite.

Ali estava a porta pela qual haviam desfilado os meus visitantes sobrenaturais; aqui o círculo traçado a giz e os hieróglifos desenhados à volta exteriormente. Aqui a caixa de charutos e a garrafa de brande que Mr.





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