O Vale do Terror - Cap. 4: Capítulo 4 – A Treva Pág. 41 / 172

Até aí está tudo muito bem. Mas, por que utilizou uma espingarda?

- Precisamente: porquê?

- E qual a razão do desaparecimento da aliança?

- Sabe-se lá?

- E porque não foi efectuada prisão alguma? Já passa das duas horas. Estou certo de que, desde o romper da alvorada, todos os policias, num raio de quarenta milhas, se encontrem à procura de um desconhecido com as calças encharcadas.

- Perfeitamente, Mr. Holmes.

- Pois bem; a menos que ele se tivesse escondido nas cercanias ou possuísse uma muda de roupa, teria sido caçado. Mas, até agora, ninguém o viu!

Holmes dirigira-se à janela e pusera-se a examinar, com uma lente, a mancha de sangue sobre o peitoril.

- Trata-se, inegavelmente, da marca de uma sola de sapato. É de grandes proporções e de um pé chato que pisa para fora. São pegadas muito indistintas. Que é isto, debaixo desta mesa?

- São os halteres com que Mr. Douglas praticava ginástica - respondeu Ames.

- Halteres... Vejo apenas um. Onde está o outro?

- Não sei, Mr. Holmes. Talvez só houvesse um.

- Um haltere apenas!... - repetiu Holmes, gravemente. Foi interrompido por súbita pancada na porta. Um homem alto; queimado do sol, de fisionomia inteligente, rigorosamente escanhoado, surgiu no umbral. Percebi tratar-se de Cecil Barker, de quem já ouvira falar. Os seus olhos autoritários fitaram cada um de nós, interrogativamente.

- Desculpem-me interromper-lhes a conferência - prefaciou - mas venho transmitir-lhes uma novidade.

- Prenderam alguém?

- Não, mas encontrou-se a bicicleta que o homem abandonou na fuga. Venham vê-la. Está a cerca de cem metros da porta de entrada.

Deparámos com três ou quatro criados e alguns curiosos, a inspeccionar uma bicicleta que havia sido retirada de um grupo de pinheiros onde fora ocultada.





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