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Capítulo 8: Eneias em Apuros

Página 142

E continuou:

— Em breve, para que não penses serem as minhas palavras vapores ténues de sono ocioso, em breve hás-de encontrar, deitada sob as azinheiras que margeiam o grande rio, uma enorme porca branca com trinta leitões, todos também brancos como a neve, amamentando-se nela. Este será o lugar da cidade que fundaras e nela encontrarás a recompensa e o repouso para todos os teus esforços. Ali reinará Ascânio por trinta longos anos e a cidade passará a ser conhecida como Alba Longa Isso eu te juro e é a minha profecia. Agora, ouve-me com atenção, pois te direi porque e como sairás vencedor, apesar das dificuldades actuais. A cerca de três dias de viagem, subindo o meu curso sagrado com os barcos, vive um povo cujo rei é Evandro, neto de Palas, o famoso governante da antiga Arcádia. Ele, Evandro, construiu a sua cidade nas colinas altas e baptizou-a de Palanteia. São inimigos dos latinos, a quem constantemente têm feito guerra. Vai, portanto, aos seus domínios e une-te a eles como aliado. Eu próprio te guiarei pelo meu curso até lá, evitando as margens traiçoeira e vencendo a correnteza pela força dos remos. Eia, pois, filho de uma deusa, ergue-te e, segundo o costume, dirige súplicas a Juno ao romper da aurora, abrandando com oferendas a sua cólera implacável e as suas ameaças perigosas. Caso venças, tributa a mim, Tiberino, deus do rio, as devidas honras, pois nas minhas margens verdejantes surgirá uma grande cidade, morada de Cesares e capital do mundo.

Assim fé ou o Tibre e, depois, procurando o interior das águas, escondeu-se no leito profundo. O sono abandonou então Eneias, que, de pé, olhando o Sol que nascia, tomou, de acordo com o rito, um pouco de água do rio nas mãos côncavas e dirigiu ao céu estas palavras:

— Ninfas, ó ninfas laurentinas, que dais origem a todos os rios e riachos! Que tu, Pai Tuberino, e tuas águas sagradas me recebam a mim, Eneias. no vosso seio e me afastem de todo o perigo. Seja qual for o lugar de onde brutas, seja qual for a tua fonte de origem, ó rio formoso, tu — que te compadeceste das nossas dificuldades —, tu terás sempre lugar nos meus sacrifícios e orações. Oh! Basta que sejas propício e confirmes o que disseste na tua profecia.
 

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Capa do livro Eneida
Páginas: 235
Página atual: 142

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Queda de Tróia 1
Partem os Troianos 20
Eneias Chega a Cartago 38
Eneias e Dido 57
Os Jogos Fúnebres 79
Eneias no Mundo das Sombras 102
Os Troianos Desembarcam na Itália 124
Eneias em Apuros 141
Os troianos são Cercados 157
A Assembleia dos Deuses 177
O Rei Latino Pede Paz 195
O Combate Final 215