Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 155

Capítulo 8: Eneias em Apuros

Página 155

(Continuou)

— Estou pronto a suportar quaisquer trabalhos. Se, pelo contrário, me ameaçais, ó Parcas, com alguma desgraça infanda, que neste momento, agora — quando ainda está descido o véu do futuro —, me seja arrebatado o fio da vida enquanto tenho nos braços o meu filho querido, minha única e derradeira consolação, para que não venha noticia mais pungente ferir os meus ouvidos.

E, não resistindo mais à dor da separação, o rei desmaiou, sendo conduzido nesse estado, pelos servos, para sua casa.

Mas já sairá a cavalaria pelas portas abertas. Eneias ia à frente de todos, seguido pelo fiel Acates e logo pelos os outros capitães troianos. Palas, no meio dos cavaleiros, sobressaia devido à sua túnica e ao refulgir das suas armas, qual outro Lúcifer, e brilhante como a estrela da manha nascendo no oceano. As mães, com os corações trémulos, postavam-se no alto das muralhas e com a vista acompanhavam a nuvem de poeira e as coortes fulgurantes que se afastavam.

Havia um riacho de águas frias que serpenteava através de um grande e escuro bosque de ciprestes. Colinas rodeavam o local por todos os lados, formando um vale agradabilíssimo. Esse bosque era grandemente reverenciado pelos habitantes da região, porque, segundo a lenda, os antigos pelasgos, os primeiros habitantes daquela parte do Lácio, o tinham consagrado a Silvano, deus dos campos e dos rebanhos, a quem dedicaram um dia no calendário. Foi ali que Eneias e os seus garbosos cavaleiros fizeram alto para dar água e pasto aos animais, para jantar e passar a noite. Tendo-se afastado um pouco aos companheiros, para meditar, Eneias viu surgir-lhe à frente a sua mãe, Vénus, que desceu das nuvens com o seu presente, o escudo e as armas que Vulcano, seu marido, lhe fizera. Enquanto o herói meditava sobre os riscos e oportunidades da batalha, a deusa aproximou-se e abraçou-o com ternura, dizendo:

— Aqui tens as armas prometidas, fabricadas pelas artes de meu esposo. Não temas, pois, meu filho, desafiar para o combate os soberbas laurentinos ou o próprio Turno.

<< Página Anterior

pág. 155 (Capítulo 8)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eneida
Páginas: 235
Página atual: 155

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Queda de Tróia 1
Partem os Troianos 20
Eneias Chega a Cartago 38
Eneias e Dido 57
Os Jogos Fúnebres 79
Eneias no Mundo das Sombras 102
Os Troianos Desembarcam na Itália 124
Eneias em Apuros 141
Os troianos são Cercados 157
A Assembleia dos Deuses 177
O Rei Latino Pede Paz 195
O Combate Final 215