Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 
> > > Página 91

Capítulo 5: Os Jogos Fúnebres

Página 91

Parou então diante do bezerro e, levantando a mão direita com a luva de couro, aplicou-lhe um tremendo murro no meio da testa, esmagando-lhe o cérebro. Fulminado o animal caiu por terra, com o corpo a tremer. Bradou então Entelo:

— Eu te ofereço, ó Érice, aqui te ofereço a vida deste novilho que acredito te será mais propicia que a do pobre Darete, e neste momento abandono as luvas e a arte da luta.

Chegara a vez dos certames de flecha e arco. Eneias, avançando com outros para o navio de Seresto, retirou-lhe o mastro, que foi depois plantado no meio da arena. À sua ponta foi atada, por meio duma longa corda, uma pomba, que serviria de alvo aos atiradores. Estes reuniram-se em torno do capacete de bronze para procederem ao sorteio. O primeiro foi Hipocoonte, filho de Hirtaco, que recebeu grandes aplausos. Seguiram-se-lhe Mnesteu, há pouco vencedor da regata e ainda com a coroa de touros na cabeça. O terceiro foi Euricion, irmão do ilustre Pandaro, que, encarregado de romper a aliança, foi o primeiro a arremessar a lança para o meio dos gregos. Por último, a sorte coube a Acesres, que, com mãos envelhecidas, tentava competir com os jovens.

Passaram então os competidores a experimentar as armas, vergando os arcos e examinando as setas, enquanto a pomba voava daqui para ali, inquieta e saltitante, tentando fugir mas sempre contida pelo liame. Preparou-se então Hipocoonte e a sua seta ligeira cortou os ares na direcção do alvo fugidio, mas falhou e cravou-se vibrando, com um som seco, no mastro. A ave, aterrada, tremeu e desatou a voar, alucinada e desorientada. Em seguida avançou Mnesteu com o arco, fez pontaria e soltou a corda. Também falhou o alvo, acertando, em vez disso, no nó que atava a corda ao mastro. Livre, voou o animal pelos ares, fugindo à triste sorte a que a destinavam. Euricion, o atirador que se seguia pela ordem, já tinha a arma preparada e, vendo o pássaro a fugir, invocou o espírito de seu irmão Pandaro e disparou a seta, que atravessou a pomba quando esta já penetrava numa nuvem escura. E a ave caiu morta, no chão.

<< Página Anterior

pág. 91 (Capítulo 5)

Página Seguinte >>

Capa do livro Eneida
Páginas: 235
Página atual: 91

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A Queda de Tróia 1
Partem os Troianos 20
Eneias Chega a Cartago 38
Eneias e Dido 57
Os Jogos Fúnebres 79
Eneias no Mundo das Sombras 102
Os Troianos Desembarcam na Itália 124
Eneias em Apuros 141
Os troianos são Cercados 157
A Assembleia dos Deuses 177
O Rei Latino Pede Paz 195
O Combate Final 215