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Capítulo 3: A ARRÁBIDA

Página 38

V

Escalvado penedo, que repousas

Lá no cimo do monte, ameaçando

Ruína ao roble secular da encosta,

Que sonolento move a coma estiva

Ante a aragem do mar, foste formoso;

Já te cobriram cespedes virentes;

Mas o tempo voou, e nele envolta

A formosura tua. Despedidos

Das negras nuvens o chuveiro espesso

E o granizo, que o solo fustigando

Tritura a tenra lanceolada relva,

Durante largos séculos, no Inverno,

Dos vendavais no dorso a ti desceram,

Qual amplexo brutal de ardos grosseiro,

Que, maculando virginal pureza,

Do pudor varre a auréola celeste,

E deixa, em vez de um serafim na Terra,

Queimada flor que devorou o raio.

VI

Caveira da montanha, ossada imensa,

É tua campa o Céu: sepulcro o vale

Um dia te será. Quando sentires

Rugir

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pág. 38 (Capítulo 3)

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Capa do livro A Harpa do Crente
Páginas: 117
Página atual: 38

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
A SEMANA SANTA 1
A VOZ 32
A ARRÁBIDA 35
MOCIDADE E MORTE 56
DEUS 71
A TEMPESTADE 76
O SOLDADO 82
D. PEDRO 92
A VITÓRIA E A PIEDADE 96
A CRUZ MUTILADA 106