A Guerra das Gálias - Cap. 7: LIVRO V Pág. 136 / 307

A notícia chegou aos Tréviros, e Induciomaro, que resolvera atacar no dia seguinte o campo de Labieno, foge durante a noite e conduz para o território dos Tréviros todas as suas tropas. César volta a enviar Fábio para os seus quartéis de Inverno com a sua legião; ele próprio com três legiões (110) decide invernar em três campos em redor de Samarobriva. A importância das perturbações que tinham eclodido na Gália levou-o a ficar todo o Inverno junto do exército: efectivamente, acerca da notícia do desastre em que Sabino encontrara a morte, quase todos os Estados da Gália falavam de guerra, enviavam correios e embaixadas para todos os lados, informavam-se dos projectos dos outros e do lugar de onde partiria a sublevação, e faziam em locais desertos assembleias nocturnas. Quase não houve momento no Inverno em que César não recebesse com inquietação alguma mensagem sobre os projectos e o movimento dos Gauleses. Soube entre outras coisas por Lúcio Roscio, lugar-tenente que ele pusera à frente da décima terceira legião, que forças gaulesas consideráveis pertencentes aos Estados, chamados Armoricanos, se tinham reunido para o atacarem e não estavam a mais de oito mil passos dos seus quartéis, quando, à notícia da vitória de César, bateram em retirada tão apressadamente que a sua partida se pareceu com uma fuga.

LIV - Mas César chamou a si os principais de cada Estado e, assustando uns, porque se mostrava sabedor da suas manobras, exortando outros, manteve no dever grande parte da Gália. Entretanto, os Sénones, um dos primeiros estados gauleses pela força e grande crédito de que gozava entre os outros, resolvem em assembleia pública matar Cavarino, que César lhes dera como rei (era seu irmão Moritasgo quem reinava à chegada de César à Gália, e eram os seus antepassados que tinham exercido a realeza).





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