Depois de ter reunido esta quadrilha, alia à sua causa todos os compatriotas que encontra, exorta-os a pegar em armas pela liberdade comum, e, tendo reunido grandes forças, expulsou do Estado os adversários que pouco antes o tinham expulso. É proclamado rei pelos seus partidários, envia embaixadas para todos os lados, suplica que se mantenham na fé jurada. Rapidamente, une a si os Sénones, os Parísios, os Pictos, os Cadurcos, os Túrones, os Aulercos, os Lemovices, os Andes e todos os outros povos que estão junto do Oceano; por consentimento unânime é-lhe confiado o comando supremo. Investido deste poder, exige reféns de todos os Estados, ordena que um número determinado de soldados lhe seja rapidamente trazido, fixa a quantidade de armas que cada Estado tem de fabricar num prazo marcado, presta especial cuidado à cavalaria, junta a uma extrema diligência uma extrema severidade no comando, obriga pelo rigor do suplício os hesitantes. É assim que uma falta grave é punida pelo fogo e por todos os géneros de suplícios; que por uma falta ligeira, manda o culpado para a sua terra depois de lhe ter mandado cortar as orelhas ou vazar um olho, a fim de que sirva de exemplo e que a grandeza do castigo impressione os outros pelo terror.
V - Tendo, por meio destes suplícios (130), reunido rapidamente um exército, envia aos Rutenos com uma parte das tropas o cadurco Luctério, homem de extrema audácia; ele próprio parte para os Bitúriges. À sua chegada, os Bitúriges enviam deputados aos Éduos, dos quais eram clientes, para lhes pedir socorros que os ponham em condições de resistir às forças do inimigo. Os Éduos, a conselho dos lugares-tenentes que César deixara no exército, enviam em socorro dos Bitúriges forças de cavalaria e de infantaria.