Assim que os sitiados a viram e alimentaram esperança de ser socorridos, pegaram em armas soltando clamor, fecharam as portas e ocuparam a muralha. Os centuriões que estavam na praça, tendo compreendido pela atitude dos Gauleses que havia algo de novo nas suas disposições, apoderaram-se das portas de espada na mão e trouxeram ilesos todos os seus homens.
XIII - César manda sair do campo a sua cavalaria e trava um combate equestre: como os seus estavam em dificuldade, envia em seu socorro cerca de quatrocentos cavaleiros germanos, que tinha o costume, desde o começo da guerra, de conservar consigo. Os Gauleses não puderam aguentar o seu embate e, pondo-se em fuga, recuaram para o grosso da coluna com muita perda. Este revés aterroriza novamente os sitiados: prenderam aqueles que passavam por ter sublevado o povo, entregaram-nos a César e renderam-se. Terminado este caso, César partiu para Avárico, que era a praça maior e melhor fortificada do país dos Bitúriges, e situada numa região muito fértil: contava que a conquista desta praça o tornaria senhor de todo o Estado dos Bitúriges.
XIV - Vercingétorix, depois de ter passado por tantos reveses seguidos em Velaunoduno, em Génabo e em Novioduno, convoca os seus a conselho. Ensina-lhes que se trata de fazer a guerra de modo inteiramente diferente do passado e que por todos os meios têm de se aplicar para privar os Romanos de forragem e de reabastecimento: coisa fácil, pois têm uma numerosa cavalaria e a estação favorece-os; não encontrando erva para ceifar, o inimigo é forçado a dispersar-se para procurar feno nas herdades e em cada dia todos estes forrageadores podem ser exterminados pelos seus cavaleiros. Além disso, a salvação comum deve fazer esquecer os interesses particulares: é preciso incendiar as aldeias e as herdades em todo o espaço que os Romanos pareciam poder percorrer para forragear.