e os cavalos, encaminharam os reféns dos Estados para o magistrado supremo, em Bibracte; incendiaram a cidade, não se julgando em condições de a conservar, a fim de que não pudesse servir aos Romanos; levaram nos barcos todo o trigo que puderam carregar de imediato, e lançaram o restante ao rio e ao fogo; eles próprios alistaram tropas nas regiões vizinhas, estabeleceram guarnições e fortes nas margens do Líger e fizeram aparecer em todos os locais a sua cavalaria para semear o terror, na esperança de cortar os víveres aos Romanos e de os forçar pela fome a evacuar o país e ir para a Província. O que muito os encorajava nesta esperança, era ver que o Líger engrossara pelo degelo das neves (162), de tal modo que não parecia vadeável em ponto algum.
LVI - Na posse destas informações, César pensou que devia apressar-se, a fim de que, se tinha, ao construir pontes, de correr o risco de um ataque, pudesse travar batalha antes que se reunissem forças muito grandes naquele ponto: porque mudar de plano e voltar para a Província, coisa que ele não quis fazer no caso mais urgente, não só a infâmia e a vergonha de assim agir e o obstáculo das Cevenas a isso se opunham, como sobretudo receava vivamente por Labieno, de quem estava separado e pelas legiões que tinham ido sob as suas ordens. Assim, em três longas marchas de dia e de noite, alcançou o Líger, no momento em que menos era esperado; e, os seus cavaleiros, tendo encontrado um vau (163) cómodo, pelo menos dada a circunstância, pois não se podia ter fora de água senão os braços e os ombros para transportar as armas, dispôs a sua cavalaria de maneira a quebrar a corrente, e, aproveitando a perturbação provocada à primeira-vista no inimigo, fez com que o exército passasse sem uma perda.