.. Nos campos encontrou trigo e muito gado, reabasteceu o exército e pôs-se em marcha para o país dos Sénones.
LVII - Enquanto estes acontecimentos se davam do lado de César, Labieno, deixando em Agedinco, como guarda das bagagens, os recrutas recentemente chegados de Itália, parte com as quatro legiões para Lutécia. É uma praça dos Parísios, situado numa ilha do Sena. Quando a sua chegada foi conhecida do inimigo, reuniram-se forças consideráveis vindas dos Estados vizinhos. O comando supremo é dado ao aulerco Camulogeno, quase extenuado pela idade, mas chamado aquela honra pelo seu singular conhecimento da arte militar. Este tendo notado que havia um pântano contínuo (164) que desembocava no Sena e tornava muito difícil o acesso a toda esta região, ali se estabeleceu e empreendeu barrar a passagem aos nossos.
LVIII - Labieno trabalhou primeiro para fazer avançar os manteletes, a encher o pântano de faxinas e de entulhos, e construir um caminho. Mas, vendo as tão grandes dificuldades da empresa, saiu do seu campo em silêncio à terceira vigília, e chegou a Metlosedo pelo mesmo caminho que tomara para vir. É uma praça dos Sénones, situada numa ilha do Sena, como pouco antes dissemos que era Lutécia. Apossou-se de cerca de cinquenta navios, reúne-os todos, carrega-se de soldados e provoca tal assombro nos habitantes, de que uma parte fora chamada para a guerra, que se apodera da praça sem resistência. Restabeleceu a ponte (165) que os inimigos tinham cortado nos dias anteriores, por ela faz passar o exército e põe-se a caminho de Lutécia seguindo o curso do rio. O inimigo, avisado por aqueles que tinham fugido de Metlosedo, manda incendiar Lutécia e corta as pontes; (166) no que lhes toca trocando o pântano pelas margens do Se na, estabelecem-se em frente de Lutécia voltados para o acampamento de Labieno (167).