Os Hélvios espontaneamente dão batalha aos seus vizinhos (176) e são repelidos; perdem Caio Valério Domnotauro, filho de Caburo, chefe do seu Estado e muitos outros, e são atirados para as suas praças-fortes ao abrigo das fortificações. Os Alóbroges, estabelecendo ao longo do Ródano numerosos postos, defendem com muito cuidado e diligência as suas fronteiras. César, vendo o inimigo superior em cavalaria, todos os caminhos fechados, e por consequência nenhuma maneira de obter recursos da Província e da Itália, dirige-se além do Reno à Germânia, aos Estados que submetera nos anos anteriores (177) e deles obtém cavaleiros e soldados de infantaria ligeira habituados a combater entre os cavaleiros. À sua chegada, não achando os seus cavalos suficientes, toma os dos tribunos militares, dos outros cavaleiros romanos e dos
evocati (*) e distribui-os pelos Germanos.
(*) Palavra latina que significa um corpo de soldados veteranos alistados a convite dos generais. (N.T.)
LXVI - Entretanto, as forças inimigas que se encontravam entre os Arvernos e os cavaleiros, que tinham sido pedidos a toda a Gália, reúnem-se. Tendo formado um corpo numeroso, Vercingétorix, enquanto César ia a caminho do país dos Sequanos passando pelos extremos confins dos Língones (178), para levar à Província um mais fácil socorro, veio assentar três acampamentos (179) a cerca de dez mil passos dos Romanos; convoca em conselho os chefes destes cavaleiros e demonstra-lhes que chegou o momento da vitória: «Os Romanos, diz-lhes ele, fogem para a sua Província e abandonam a Gália; é suficiente para garantir a liberdade do momento, mas muito pouco para a paz e o repouso do futuro; com efeito eles voltarão com maiores forças e a guerra não terá fim. Logo é preciso atacá-los no embaraço da sua marcha: se os infantes levam socorro aos seus camaradas e se nisso se atrasam, não podem terminar a sua rota; se como ele julga mais provável, abandonem as bagagens para só pensarem na sua segurança, perderão ao mesmo tempo os recursos e a honra.