Os Éduos tiveram grande desgosto por se verem afastados da sua primazia; deploram a mudança da sua fortuna e lamentam a perda dos favores de César em relação a eles, sem no entanto ousarem, estando a guerra começada, separar-se da causa comum. Bem mau grado seu, gente nova que alimentam as mais altas esperanças, como Eporédorix e Viridomaro, obedecem a Vercingétonx.
LXIV - Este exige reféns dos outros Estados e fixa o dia da entrega. Dá ordem a todos os cavaleiros, em número de quinze mil, para que se reúnam rapidamente (174). Declara que se contentará com a infantaria que tinha até ali (175); que não experimentará tentar a fortuna nem travar uma batalha campal; «mas, uma vez que dispõe de uma cavalaria numerosa, nada é mais fácil que impedir os Romanos de se abastecerem de trigo e de forragem; que os Gauleses consintam apenas em destruir o seu trigo e em incendiar as suas granjas, e não vejam nestas perdas domésticas mais que um meio para obterem para sempre a soberania e a liberdade.» Tomadas estas medidas, exige dos Éduos e dos Segusiavos, que estão na fronteira da Província, dez mil cavaleiros; junta-lhes oitocentos cavaleiros. Dá o comando desta força ao irmão de Eporédorix e ordena-lhe que leve a guerra ao país dos Alóbroges. Do outro lado, lança os Gábalos e os mais próximos cantões dos Arvernos contra os Hélvios, e envia os Rutenos e os Cadurcos devastar o país dos Volcas Arecómicos. Não cessa de solicitar os Alóbroges por correios secretos e embaixadas, esperando que os ressentimentos da última guerra não estivessem ainda extintos no seu coração; promete grandes quantias em dinheiro aos seus chefes, e ao Estado a soberania de toda a Província.
LXV - Para fazer frente a todos estes perigos, tinha-se preparado um exército de vinte e duas coortes, alistadas na própria Província pelo lugar-tenente Lúcio César e que de todos os lados se opunham aos invasores.