Informado deste projecto, César manda sair mais legiões do que o costume e envia em frente a cavalaria, que sempre escoltava os forrageadores. Mistura entre eles auxiliares ligeiramente armados; ele próprio avança tão perto quanto pode com as legiões.
XVIII - Os inimigos colocados de emboscada escolheram para o seu campo uma planície (203) que não tinha mais de mil passos de extensão em todos os sentidos e que de todos os lados bosques impraticáveis e um rio muito fundo defendiam; rodearam-na com as suas armadilhas como uma rede. Os nossos descobriram o projecto do inimigo; prontos a combater material e moralmente, apoiados pelas legiões, teriam aceite todo o género de combate; entram na planície esquadrão por esquadrão. À sua chegada, Corréus julga a ocasião favorável para agir: começa por se mostrar com poucos homens e carregou sobre os esquadrões mais próximos. Os nossos aguentam com firmeza o choque dos adversários, sem se reunirem em massa, manobra vulgar nos combates de cavalaria num momento de alarme, mas prejudicial devido ao seu próprio número.
XIX - Enquanto se batiam esquadrão contra esquadrão, por pequenos grupos rendidos sucessivamente e que evitavam deixar-se apanhar de flanco, os outros Gauleses, vendo Corréus preparando-se para se bater, saem dos seus bosques. Um vivo combate disperso se trava. Sendo a vantagem muito tempo disputada, a massa dos infantes sai pouco a pouco dos bosques, avança em ordem de batalha e força os nossos cavaleiros a recuar. São prontamente socorridos pela infantaria ligeira que César, como disse, enviara à frente das legiões e que, misturada com os esquadrões dos nossos, combate energicamente. Luta-se durante um bom momento com armas iguais; depois, como o queria a lei das batalhas, aqueles que tinham aguentado o primeiro choque dos Gauleses emboscados, obtém a superioridade, justamente, pelo facto de a emboscada, não os surpreendendo, não lhes ter causado nenhum mal.