Para levar a bom termo a execução destas ordens, Quinto Ácio Varo, prefeito da cavalaria, homem de uma bravura e de um sangue frio notáveis, exorta os seus homens, alcança a coluna dos inimigos, divide os seus esquadrões, coloca uma parte em posições favoráveis e trava com a outra um combate de cavalaria. A cavalaria inimiga combate com mais audácia que habitualmente, apoiada pelos infantes que, fazendo alto, levam socorro aos seus cavaleiros contra os nossos. A luta é viva: os nossos, desprezando um inimigo batido na véspera, sabendo que as legiões seguiam a pouca distância, animados pela vergonha de recuar e pelo desejo de terminar o combate por si mesmos batem-se com grande bravura contra os infantes; e os inimigos, não acreditando ter de combater com mais tropas que na véspera, pensavam ter chegado a altura de destruir a nossa cavalaria.
XXIX - Havia um bom momento que se batiam com encarniçamento extremo, quando Dumnaco dispõe o seu exército em linha de batalha, de maneira a poder apoiar sucessivamente os seus cavaleiros. É então que, de repente, marchando em fileiras cerradas, as legiões aparecem ao inimigo. À sua vista, os esquadrões dos Bárbaros perturbados e as linhas dos infantes inimigos assustadas, embaraçando-se na coluna de bagagens, fogem para aqui e para ali soltando grandes gritos e dispersando-se em todas as direcções. Os nossos cavaleiros que, pouco antes, quando o inimigo resistia, se tinham batido com grande bravura, exaltados agora pela alegria da vitória, lançam de todos os lados grande clamor, envolvem os fugitivos e matam tantos quanto os cavalos têm força para os perseguir, e os braços para os ferir. Mais de doze mil homens são massacrados, quer de armas na mão, quer depois de as terem lançado fora em pânico, e todo o comboio de bagagens cai em nosso poder.