XXX - Como consequência desta derrota, soube-se que cinco mil fugitivos tinham sido recolhidos pelo sénone Drappés, o mesmo que, no começo da revolta da Gália, reunira uma multidão de homens perdidos, de escravos atraídos pela liberdade, de exilados vindos de todos os Estados, de bandidos, com os quais interceptara as bagagens e os comboios dos Romanos. Quando se soube que marchava sobre a Província de combinação com o cadurco Luctério (que como se viu no anterior Livro dos Comentários, tentara já, no começo da revolta gaulesa, invadir a Província), o lugar-tenente Canínio lançou-se em sua perseguição com duas legiões, para evitar a grande vergonha de ver a Província aterrorizada ou devastada pelas pilhagens de gente sem eira nem beira.
XXXI - Caio Fábio, com o resto do exército, parte para o país dos Carnutes e outros Estados dos quais sabia que o combate travado com Dumnaco enfraquecera as forças. Não pensava, com efeito, que a sua derrota recente os tornasse mais submissos, mas pensava que deixando-lhes tempo na frente, as instâncias do próprio Dumnaco os fariam levantar a cabeça. Neste caso, uma oportunidade extrema e uma extrema rapidez a receber a submissão dos Estados favorecem Fábio. Efectivamente, os Carnutes, que muitas vezes batidos, nunca tinham falado de paz, entregam reféns e afirmam a sua submissão; os outros Estados, situados nos confins da Gália, vizinhos do Oceano, e que se chamam Armoricanos, executam sem demora, à chegada de Fábio e das legiões, as condições impostas. Dumnaco, expulso do seu país, errando e escondendo-se solitário, foi forçado a fugir para as regiões mais recuadas da Gália.
XXXII - Mas Drappés e Luctério, sabendo que Canínio e as suas legiões estavam muito próximas, sentiram que com um exército em sua perseguição não podiam entrar na Província sem perda certa nem continuar na liberdade de baterem o campo e de se entregarem às pilhagens: param no país dos Cadurcos.