» E não só tomou este compromisso, como quis ainda, por sua própria iniciativa, submetê-lo aos votos; os cônsules e os amigos de Pompeu a tal se opuseram, e o Senado interrompeu as sessões apaziguando o caso.
LIII - Estava ali um importante testemunho dos sentimentos de todo o Senado e que se harmonizava bem com um facto anterior. Marcelo, com efeito, no ano precedente (209), procurando abater César, contrariamente à lei de Pompeu e de Crasso (210), levara à ordem do dia do Senado, antes de tempo, a questão das províncias de César; como, depois da discussão, a submetia à votação, Marcelo, que procurava, atacando César, satisfazer todas as suas ambições, viu o Senado em grande número alinhar por uma outra opinião. Estes desaires, longe de desencorajarem os inimigos de César, avisavam-nos apenas de que tinham de preparar meios mais poderosos, graças aos quais poderiam forçar o Senado a aprovar as suas próprias decisões.
LIV - Em seguida um senátus-consulto decide que uma legião seria enviada para a guerra dos Partos por Cneu Pompeu, outra por Caio César; mas é evidente- que as duas legiões são tiradas ao mesmo. Porque Cneu Pompeu dá, como sendo do seu contingente, a primeira legião que enviara a César, depois de a ter recrutado na província da Gália. Contudo, ainda que as intenções dos seus adversários de modo algum oferecessem dúvidas, César restituiu a Pompeu a sua legião e, de acordo com o senátus-consulto, enviou em seu nome a décima quinta, que tinha na Gália Citerior. Em sua substituição, envia para Itália a décima terceira, para ocupar os postos que a décima quinta abandonava. Ele próprio atribui quartéis de Inverno ao seu exército; coloca Caio Trebónio na Bélgica com quatro legiões; envia Caio Fábio para o país dos Éduos com o mesmo número.