Depois as outras legiões enviaram os seus tribunos militares e os centuriões das primeiras fileiras a apresentar as suas desculpas a César, dizendo «que nunca elas tiveram hesitação nem temor e que nunca pensaram que a condução da guerra dependesse do seu juízo, mas do general em chefe.» César aceitou as suas desculpas e depois de ter pedido um itinerário a Diviciaco, porque era aquele, entre os Gauleses, quem mais tinha a sua confiança, resolveu, para conduzir o exército por um país aberto, fazer um desvio (34) de mais de cinquenta milhas, e partiu, como dissera, à quarta vigília. Depois de sete dias de marcha ininterrupta, soube pelos seus batedores que as tropas de Ariovisto estavam, a vinte e quatro milhas das nossas.
XLII - Informado da chegada de César, Ariovisto envia-lhe deputados: «Aceitava, dizia ele, a entrevista anteriormente pedida, uma vez que César estava mais perto e pensava poder ir sem perigo.» César não repeliu este pedido: acreditava que Ariovisto regressava a ideias mais sãs, uma vez que oferecia pelo seu próprio impulso o que primeiro recusara; afagava a esperança de que os benefícios que dele e do povo romano recebera, uma vez conhecidas as suas condições, vergariam a sua tenacidade. A entrevista foi marcada para o quinto dia do corrente. Neste intervalo, foram enviadas frequentes mensagens de uma e outra parte; Ariovisto pediu «que César não trouxesse para a entrevista nenhum homem a pé: receava cair numa cilada; ambos viriam com cavaleiros; de outro modo não iria.» César, que não queria que um pretexto suprimisse a entrevista, mas não ousava entregar a sua salvação à cavalaria dos Gauleses, achou que o mais prático era servir-se dos cavalos dos cavaleiros gauleses e fazê-los montar por soldados legionários da décima legião, em quem tinha a maior confiança, a fim de ter, se preciso fosse, uma guarda tão dedicada quanto possível.