XIII - César, depois de ter recebido como reféns personalidades importantes do Estado bem, como dois filhos do próprio rei Galba, e depois de ter ordenado que lhe entregassem todas as armas da praça, recebeu a submissão dos Suessiões e marchou contra os Belóvacos. Estes tinham-se encerrado com todos os seus bens na praça de Bratuspâncio; César e o seu exército estavam a cerca de cinco mil passos desta praça, quando todos os anciãos, saindo da cidade, estenderam as mãos para ele e pediram a palavra para lhe dizer que se punham à sua discrição e não empreenderiam lutar contra o povo Romano. Como se tinha aproximado da praça e estabelecia o seu campo, as crianças e as mulheres, do alto das muralhas, de mãos estendidas no gesto que lhes é habitual, pediram a paz aos Romanos.
XIV - Diviciaco falou a seu favor (desde a retirada dos Belgas, tinha reenviado as tropas éduas e voltara para junto de César). «Os Belóvacos, disse ele, foram sempre os aliados e os amigos da nação édua; foram arrastados pelos seus chefes, que lhes diziam que os Éduos, reduzidos à escravatura por César, suportavam todos os géneros de injúrias e de afrontas; que eles se tinham afastado dos Éduos e empunhado armas contra o povo romano. Os que provocaram esta decisão, sentindo a que infelicidades tinham entregado o Estado, refugiaram-se na Bretanha. Não eram apenas os Belóvacos que o suplicavam, eram também os Éduos que intervinham a favor destes, para que os tratasse com clemência e brandura. Se agisse assim, aumentaria o crédito dos Éduos junto de todos os Belgas, que lhe forneciam habitualmente, em caso de guerra, tropas e recursos»
XV - César respondeu que, por consideração para com Diviciaco e os Éduos, aceitaria a sua submissão e lhes deixaria viver; mas como o seu Estado tinha uma grande influência entre os Belgas e se impunha pelo número da população, exigia-lhes seiscentos reféns.