César foi logo prevenido pelos seus espiões mas, desvendando ainda mal a causa desta retirada, temeu uma emboscada e reteve o exército e a cavalaria no campo. Ao nascer do dia, melhor instruído pelos batedores, destacou toda a sua cavalaria para atrasar a retaguarda; pôs à cabeça os lugares-tenentes Quinto Pédio e Lúcio Aurunculeio Cota; o lugar-tenente Tito Labieno teve ordem de seguir com três legiões. Alcançaram a retaguarda, perseguiram-na durante muitas milhas, mataram grande número de fugitivos: os últimos, uma vez alcançados estacaram e aguentaram valentemente o choque dos nossos soldados; mas os que os precediam, vendo-os afastados do perigo e não sendo retidos nem pela necessidade nem pela ordem de nenhum chefe, logo que ouviram o clamor do combate romperam as fileiras e todos puseram a sua salvação na fuga. Assim, os nossos mataram sem perigo, tanto quanto a duração do dia lhes permitiu; pelo pôr-do-sol, cessaram a carnificina e retiraram para o seu campo, seguindo a ordem que tinham recebido.
XII - No dia seguinte, César, antes que o inimigo se reunisse e se recompusesse do seu terror, conduziu o seu exército ao país dos Suessiões, que eram os vizinhos mais próximos dos Remos, e chegou, depois de uma longa marcha, (50) à praça de Novioduno. Tentou tomá-la de passagem, porque ouvia dizer que estava sem defensores; mas não o conseguiu, apesar do pequeno número destes, por causa, da largura do fosso e da altura das muralhas. Pôs-se então a entrincheirar o seu campo, a fazer avançar manteletes e a preparar tudo o que era necessário para um cerco. Entretanto, toda a multidão dos Suessiões em derrota se encerrou na noite seguinte na praça. Rapidamente se empurravam os manteletes contra a praça, se elevou o aterro e se construíram as torres: surpreendidos com a grandeza daqueles trabalhos que nunca ainda tinham visto, de que nunca tinham ouvido falar, os Gauleses enviam delegados, a César para capitular; e, a pedido dos Remos conseguem salvar a vida.