para conseguir encontrar o olhar do criado, pediu outro igual.
- Estive no Moulin Rouge – continuou Gallaher enquanto o homem do bar tirava os copos - e fui a todos os cafés boémios. Mas aquilo não é para um rapaz como tu...
O pequeno Chandler não disse mais nada até que o criado lhe pôs à frente outra bebida: tocou no copo do amigo e fizeram novo brinde. Começava a sentir uma desilusão invadi-lo. A maneira de falar de Gallaher não lhe agradava. Encontrava qualquer coisa de vulgar no seu amigo, que dantes não existia. Mas talvez fosse só o resultado da vida de Londres, no meio da agitação e da competição da imprensa. O antigo encanto pessoal ainda ali estava escondido atrás daquelas novas maneiras. Mas apesar de tudo, Gallaher vivia, tinha visto mundo. O pequeno Chandler olhava para ele com inveja.
- Tudo em Paris é alegre - disse Gallaher. - Acreditam na vida, e não achas que têm razão? Se alguém se quer divertir, vá a Paris. E sentem uma simpatia especial pelos Irlandeses... Quando souberam que eu era de Dublin, quase que me comiam, homem!...
O pequeno Chandler bebeu uns quatro ou cinco golos do seu copo.
- Conta-me - pediu. - É verdade que Paris é tão imoral como dizem?..