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Capítulo 8: Capítulo 8

Página 75
Havia qualquer coisa de atraente no aspecto dela. Uma grande tira de mousseline azulada envolvia-lhe o chapéu e ia unir-se debaixo do queixo, formando um grande laço; tinha luvas amarelas, que lhe chegavam até aos cotovelos. Farrington olhava, extasiado, para o braço roliço que ela movia graciosamente, e quando, depois de algum tempo, a rapariga correspondeu aos seus olhares, pôde admirar os magníficos olhos castanhos. A expressão que encontrava neles, fascinava-o. A rapariga olhou-o uma ou duas vezes, e, ao sair, esbarrou na cadeira dele, dizendo: «Oh!... pardon!... », com acento londrino. Farrington acompanhou-a com o olhar, na esperança de que se voltasse ainda, mas ficou desapontado. Amaldiçoou o dinheiro e amaldiçoou todas as bebidas que tinha oferecido, principalmente os uísques e Apollinaris que tinha pago a Weathers. Se havia uma coisa no mundo que ele odiasse, era uma esponja...

Estava tão zangado, que perdeu o interesse pela conversa dos amigos.

Quando Paddy Leonard lhe chamou a atenção, percebeu, finalmente, que estavam a falar acerca de músculos e de força. Weathers estava a mostrar os seus bíceps com tamanha arrogância, que os outros recorreram a Farrington, para salvar a honra nacional. Farrington ergueu a manga e mostrou o seu bíceps ao grupo. Os dois braços foram examinados e comparados e, por fim, concordou-se numa experiência de forças. Limparam a mesa e os dois homens apoiaram os cotovelos, dando as mãos. Quando Paddy Leonard disse «Cornecem!», cada um tentou fazer com que a mão do outro tocasse a mesa. Farrington estava muito convencido. Depois de pouco mais ou menos trinta segundos, Weathers levou vagarosamente a mão do seu adversário até baixo. Farrington corou de raiva e de humilhação, por ter sido derrotado por tal rapazote.

- Não deve empregar a força do seu corpo. Faça jogo limpo!

- Quem é que não está a fazer o jogo limpo?.. - retorquiu o outro.

- Vamos lá outra vez...

A luta recomeçou. As veias pareciam querer rebentar na testa de Farrington, e o rosto pálido de Weathers tornou-se cor de peónia. As mãos e os braços tremiam com o esforço. Depois de grande combate, Weathers conseguiu novamente levar a mão do outro à mesa. Ouviu-se um murmúrio de aplauso da parte dos espectadores. O empregado que estava ao pé da mesa, balançou a sua cabeça vermelha e afirmou, com estúpida familiaridade:

- Ah!. .. Isso é que é destreza!...

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Capa do livro Gente de Dublin
Páginas: 117
Página atual: 75

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 9
Capítulo 3 30
Capítulo 4 36
Capítulo 5 52
Capítulo 6 58
Capítulo 7 63
Capítulo 8 69
Capítulo 9 78
Capítulo 10 86