- Obrigado, Basil - respondeu Dorian Gray, apertando-lhe a mão. - Sabia que me compreenderia. O Henry é tão cínico... aterra-me. Mas eis a orquestra. É medonha, mas dura apenas uns cinco minutos. Depois sobe o pano, e vocês vão ver a rapariga a quem eu vou dar toda a minha vida, a quem dei tudo o que em mim há de bom.
Passado um quarto de hora, por entre um extraordinário estralejar de aplausos, surgiu Sibyl Vane no palco. Sim, era deveras encantadora - uma das mais encantadoras criaturas, pensava Lord Henry, que jamais vira. Havia o que quer que fosse de corçazinha na sua graça tímida e nos olhos inquietos. Um ténue rubor, como a sombra de uma rosa num espelho de prata, coloriu-lhe as faces ao relancear os olhos pela casa apinhada e fremente de entusiasmo.