O Retrato de Dorian Gray - Cap. 9: Capítulo 9 Pág. 150 / 335

Dorian guardou silêncio por alguns momentos.

O horror paralisara-o. Por fim balbuciou numa voz abafada:

- Henry, falou em inquérito? Que quer dizer? Então a Sibyl?.. Oh, Henry, não posso suportar essa ideia! Mas fale depressa! Diga-me tudo imediatamente...

- Não tenho dúvida alguma, Dorian, de que não foi casual. Parece que, ao sair do teatro com a mãe, pela meia-noite, pouco mais ou menos, disse haver esquecido alguma coisa no camarim. Esperaram por ela algum tempo, mas não tornou a aparecer. Foram procurá-la e encontraram-na morta, no chão. Tomara não sei quê por engano, uma coisa qualquer que usam nos teatros. Não sei o que era, mas tinha ácido prússico ou alvaiade. Inclino-me a crer que seja ácido prússico, pois parece que a morte foi instantânea.

- Henry, Henry, é terrível!

- Sim, é deveras trágico, é claro, mas você não se deve imiscuir nesse caso. Diz o Standard que ela tinha dezassete anos. Pensava que tivesse menos. Tinha quase a aparência duma criança, e parecia saber tão pouco da arte de representar... Dorian, não se deixe sucumbir. Venha jantar comigo e depois iremos à Ópera. Canta hoje a Patti e vai lá toda a gente. Pode vir para o camarote da minha irmã. Estão com ela algumas mulheres bonitas.





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