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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 201

Sim, devia haver, como profetizara Lord Henry, um novo hedonismo, que de novo criasse a vida e a salvasse desse grosseiro, indecoroso puritanismo, a cujo curioso renascimento estamos hoje assistindo. A inteligência tinha, sem dúvida, aí um papel a exercer; contudo, nunca se devia aceitar teoria alguma, sistema algum, que envolvesse o sacrifício de qualquer modalidade da experiência passional. O seu objectivo, com efeito, era ser a própria experiência, e não os frutos da experiência, por mais doces ou amargos que eles fossem. Repudiaria o ascetismo, que atrofia e mata os sentidos, e a devassidão vulgar, que os embota. Mas ensinaria o homem a concentrar-se nos momentos duma vida que é, ela própria, um momento apenas.

Poucos há de nós que não tenham algumas vezes acordado antes do amanhecer, já após uma dessas noites sem sonhos que quase nos enamoram da morte, já após uma dessas noites de horror ou de informe alegria, em que pelas câmaras do cérebro perpassam fantasmas mais terríveis do que a própria realidade, animados dessa vida intensa que se acoita em todos os grotescos, e que dá à arte gótica a sua persistente vitalidade, pois que esta arte é especialmente a arte daqueles cujas almas foram perturbadas pela doença da rêverie...

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pág. 201 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 201

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313