O Retrato de Dorian Gray - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 203 / 335

Era a criação de mundos assim que parecia a Dorian Gray constituir o verdadeiro objectivo, ou um dos verdadeiros objectivos da vida; e, na sua avidez de sensações que fossem ao mesmo tempo novas e deliciosas e possuíssem esse elemento de singularidade que tão essencial é ao romance, muitas vezes adoptava certos modos de pensamento que sabia serem realmente inadequados à sua natureza, abandonava-se às suas subtis influências, e depois, havendo-lhes, por assim dizer, haurido a cor, satisfeita a sua curiosidade intelectual, deixava-os com essa curiosa indiferença que não é compatível com um ardor real de temperamento e que, pelo contrário, consoante o afirmam certos psicólogos modernos, é dele muitas vezes condição.

Rumorejou-se uma vez que ia abraçar a religião católica romana; e, sem dúvida, o ritual romano exerceu sempre sobre ele uma grande atracção.





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