O Retrato de Dorian Gray - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 210 / 335

A granada afugentava os demónios e o hidrópico tirava à Lua a sua cor. A selenite dilatava-se e contraía-se com a Lua, e o meloceus, que descobre os ladrões, somente podia ser atacado pelo sangue de cabritos… Leonardo Camillus vira uma pedra branca extraída do-cérebro dum sapo recém-morto que era um contra veneno infalível. O bezoar, que se encontrava no coração do veado árabe, era um encantamento que podia curar a peste. Havia nos ninhos das aves árabes os aspilates, que, segundo Demócrito, preservavam quem os usasse do perigo de fogo.

No dia em que era coroado, o rei de Ceilão atravessava a cavalo a cidade, levando na mão um grande rubi. As portas do palácio do Preste João eram feitas de «sardónica marchetada a chifre de cobra carnuda, de modo que ninguém que levasse veneno lá podia penetrar». No frontão havia «duas maçãs de oiro com dois carbúnculos», de tal sorte que de dia refulgia o oiro e de noite refulgiam os carbúnculos. No estranho romance de Lodge Urna Margarida da América afirmava-se que no quarto da rainha, olhando através de belos espelhos de crisólitos, carbúnculos, safiras e esmeraldas verdes, se podiam ver todas as damas castas do mundo encrustadas em prata.





Os capítulos deste livro