O Retrato de Dorian Gray - Cap. 12: Capítulo 12 Pág. 211 / 335

Marco Polo tinha visto os habitantes de Zipanga colocarem pérolas cor-de-rosa nas bocas dos mortos. Um monstro marinho havia-se enamorado da pérola que o mergulhador trouxera ao rei Perozes, matara o ladrão e chorara durante sete luas a sua perda. Quando os hunos meteram o rei no grande poço, ele atirou-a fora - é Procópio que o conta - e nunca mais foi encontrada, apesar de o rei Anastácio oferecer por ela cinco quintais de moedas de oiro. O rei de Malabar havia mostrado a um certo veneziano um rosário de trezentas e quatro pérolas, uma por cada deus que ele adorara.

Quando o duque de Valentinois, filho de Alexandre VI, visitou Luís XII de França, conta Brantôme, o seu cavalo ia carregado de folhas de oiro, e no chapéu tinha fiadas duplas de rubis, que chispavam como fogo. Carlos de Inglaterra montava a cavalo com estribos ornados de quatrocentos e um diamantes. Ricardo II tinha um traje, avaliado em trinta mil marcos, todo coberto de rubis. Hall, descrevendo Henrique VIII, quando, antes da coroação, se dirigia para a Torre de Londres, diz que vestia «gibão debruado a oiro, peitilho bordado a diamantes e outras pedras preciosas e grande talabarte de grandes rubis». As favoritas de Jaime I usavam brincos de esmeraldas engastadas em filigrana de oiro.





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