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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 221
A insinceridade é assim uma coisa terrível? Penso que não. É simplesmente um método pelo qual nós podemos multiplicar as nossas personalidades.

Era essa, de certo modo, a opinião de Dorian Gray.

Admirava-se da superficialidade da psicologia daqueles que concebem o Eu no homem como uma coisa simples, permanente, duma só essência, e em que se pode confiar. Para ele, pelo contrário, o homem era um ser com miríades de vidas e miríades de sensações, uma criatura complexamente multiforme, que trazia dentro de si estranhos legados de pensamento e paixão, cuja própria carne estava infeccionada das monstruosas doenças dos mortos. Gostava de divagar pela fria e nua galeria da sua casa de campo e contemplar os vários retratos daqueles cujo sangue lhe corria nas veias. Aqui era Philip Herbert, descrito por Francis Osborne nas Memoires on the Reigns of Queen Elizabetn and King James como um homem que «a corte adulava pelo seu belo rosto, que, porém, não fruiu por muito tempo». A vida que ele às vezes levava era do jovem Herbert? Havia algum estranho germe envenenado transitado de corpo em corpo até chegar ao seu? Foi alguma vaga reminiscência dessa graça decaída que, tão subitamente e quase sem motivo, o levara a emitir, no atelier de Basil Hallward, aquele louco anelo que tanto transformara a sua vida?

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pág. 221 (Capítulo 12)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 221

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313