O Retrato de Dorian Gray - Cap. 13: Capítulo 13 Pág. 230 / 335

Lembrei-me que era seu amigo e pedi-lhe que me explicasse o que queria dizer. Explicou-mo. Explicou-me tudo diante de toda a gente. Era horrível! Por que é que a sua amizade é fatal para os jovens? Aquele desgraçado rapaz da Guarda que se suicidou... Você era o seu grande amigo. Sir Henry Ashton, que teve de sair de Inglaterra com um nome enlameado. Você e ele eram inseparáveis. Que me diz de Adrian Singleton e do seu terrível fim? Que diz do filho único de Lord Kent e da sua carreira perdida? Encontrei ontem o pai na Rua St. James. Parecia alquebrado de dor e vergonha. Que diz do jovem duque de Perth? Que vida leva ele agora? Que gentleman quereria ter com ele relações?

- Cale-se, Basil. Está a falar de coisas de que nada sabe - atalhou Dorian Gray, mordendo o lábio e com um tom de infinito desprezo na voz. - Pergunta-me por que é que Berwick abandona uma sala quando eu entro nela. É porque da sua vida eu sei tudo, e não porque da minha ele saiba alguma coisa. Com o sangue que lhe gira nas veias, como poderia ele ter uma crónica limpa? Interroga-me acerca de Henry Ashton e do jovem Perth. Fui eu quem ensinou a um os seus vícios e ao outro a sua devassidão?





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