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Capítulo 15: Capítulo 15

Página 250
Em todos os lugares havia romance, e, para os verdadeiros românticos, o fundo era tudo, ou quase tudo. Basil estivera com ele parte do tempo e apaixonara-se pelo Tintoreto. Pobre Basil! Que maneira horrível de um homem morrer! Suspirou, pegou de novo no volume e tentou esquecer.

Leu os versos sobre as andorinhas que, em Esmirna, enquanto, no café, os hadjis contam as contas de âmbar e os mercadores, de cabeças envoltas em turbantes, fumam enormes cachimbos e conversam gravemente, entram e saem com a maior liberdade; leu o poema sobre o obelisco da Place de la Concorde, que chora lágrimas de granito no seu exílio sem sol e anseia por regressar ao Nilo ardente e coberto de lótus, onde há esfinges, íbis vermelhos e cor-de-rosa, abutres brancos de garras douradas e crocodilos de pequenos olhos de berilo, que rastejam sobre o lodo verde e fumegante; começou a pensar nesses versos que, arrancando música do mármore manchado de beijos, falam daquela curiosa estátua que Gautier compara a uma voz de contralto, o monstre charmant, que dorme na sala de pórfiro do Louvre. Passado, porém, algum tempo, caiu-lhe o livro da mão. Estava nervoso e acometera-o um horrível acesso de terror. Que faria, se Alan Campbell estivesse ausente de Inglaterra? Passar-se-iam dias até o seu regresso. Talvez até se recusasse a vir. Que faria então?

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pág. 250 (Capítulo 15)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 250

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313