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Capítulo 16: Capítulo 16

Página 277

De súbito estremeceu. Os olhos chamejaram-lhe duma maneira estranha e mordeu nervosamente o lábio inferior. Entre duas janelas achava-se um grande armário florentino, feito de ébano com embutidos a marfim e lápis-Lazúli. Não despregava dele os olhos, como se esse móvel o fascinasse ou o assustasse, como se contivesse alguma coisa que ele avidamente desejava e que, todavia, quase lhe repugnava. Acelerou-se-lhe a respiração. Arquejante, sentia-se empolgado por uma sofreguidão indomável. Acendeu um cigarro e logo o atirou fora. Cerrou as pálpebras com tal desespero que as pestanas quase lhe tocaram as faces... Os olhos, porém, não se desprendiam do móvel. Por fim, levantou-se do sofá em que se havia deitado, foi direito ao armário, abriu-o e tocou em qualquer mola oculta. Abriu-se logo uma gaveta triangular. Os dedos dirigiram-se-lhe instintivamente para ela e tiraram de dentro alguma coisa. Era uma caixinha chinesa de laca preta e doirada, complicadamente trabalhada, com ondas lindamente desenhadas nos lados e cordões de seda com bolinhas de cristal e fios de metal. Abriu-a. Dentro encontrava-se uma pasta verde, de brilho de cera e cheiro curiosamente pesado e persistente.

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pág. 277 (Capítulo 16)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 277

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313