Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 17: Capítulo 17

Página 283
A luz reflectia-se tremendo nas poças de água. Dum vapor a meter carvão vinha um clarão rubro. A calçada viscosa parecia um oleado molhado.

Dirigiu-se, correndo, para a esquerda, olhando, de vez em quando, para trás, para ver se alguém o seguia. Ao cabo de sete ou oito minutos, chegou a um casebre, entalado entre duas pequenas fábricas. Numa das janelas luzia um candeeiro. Parou e bateu dum jeito especial.

Passados uns minutos, ouviu passos no corredor.

Abriram-lhe a porta de mansinho. Entrou sem dizer palavra ao vulto que à sua passagem se diluiu na sombra. Ao fundo do corredor pendia uma cortina verde esfarrapada, que o vento vindo da rua fazia tremular. Afastou-a e penetrou numa sala comprida e baixa, que parecia ter sido noutros tempos um salão de baile de terceira ordem. Ao longo das paredes ardiam bicos de gás, cuja chama se reflectia e deformava nos espelhos manchados pelas moscas. Gordurosos reflectores de lata colocados por trás projectavam trémulos discos de luz. O chão estava todo coberto de serrim amarelado empastado aqui e além em lama, e manchado de negros círculos de líquido derramado. Alguns malaios estavam acocorados junto dum fogareiro de carvão, jogando com dados de osso e mostrando, ao falar, os dentes alvos.

<< Página Anterior

pág. 283 (Capítulo 17)

Página Seguinte >>

Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 283

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313