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Capítulo 20: Capítulo 20

Página 329
Mas era irreparável? Não havia para ele esperança?

Ah! Em que monstruoso momento de orgulho e paixão pedira que o retrato carregasse com o fardo dos seus dias e que ele conservasse o imaculado esplendor da eterna juventude! Era essa a causa de todas as suas desditas. Melhor fora que cada pecado da sua vida houvesse trazido consigo a sua certa e imediata punição. Havia purificação no castigo. A prece dum homem a um Deus justo não devia ser «perdoai-nos os nossos pecados», mas sim «castigai-nos pelas nossas iniquidades».

O espelho curiosamente esculpido que, havia tantos anos, lhe dera Lord Henry achava-se sobre a mesa, e os alvos Cupidos que o emolduravam riam como noutros tempos. Pegou nele, como fizera naquela noite de horror, em que pela primeira vez notara a alteração no fatal retrato, e mergulhou nele com avidez os olhos embaciados de lágrimas. Uma vez, alguém que doidamente o amara havia-lhe escrito uma carta desvairada, rematando por estas idólatras palavras: «O mundo mudou, tu és feito de marfim e oiro. As curvas dos teus lábios refazem a história.»

Voltaram-lhe à memória essas palavras, e repetia-as de si para si.

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 329

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313