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Capítulo 20: Capítulo 20

Página 330
Então sentiu asco da sua beleza, e atirando o espelho ao chão, esmigalhou-o com o tacão da bota. Fora a sua beleza a causa da sua desgraça, a sua beleza e a mocidade, que com tanto empenho procurara conservar. Se não fossem estas duas coisas, poderia ter tido uma vida impoluta. A sua beleza fora para ele apenas uma máscara, a sua mocidade apenas um escárnio. Que era, afinal, a mocidade? Uma quadra verde, imatura, de caprichos fúteis e pensamentos mórbidos. Porque envergara a sua libré? A mocidade estragara-o...

Era melhor não pensar no passado. Nada o podia alterar. Era em si próprio, e no seu futuro, que devia pensar. James Vane achava-se sepultado numa campa anónima do cemitério de Selby. Alan Campbell matara-se uma noite no seu laboratório, mas não revelara o seu segredo que fora obrigado a conhecer. A excitação despertada pelo desaparecimento de Basil Hallward não tardaria a dissipar-se. Estava já a desvanecer-se. Estava, pois, absolutamente seguro. Não era, porém, a morte de Basil Hallward o que mais lhe acabrunhava o espírito: o que mais o atormentava era a morte viva da sua alma. Basil pintara o retrato que lhe transtornara a vida. Não lho podia perdoar. Foi o retrato o causador de tudo. Basil dissera-lhe coisas incomportáveis e que, no entanto, suportara com paciência.

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pág. 330 (Capítulo 20)

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Capa do livro O Retrato de Dorian Gray
Páginas: 335
Página atual: 330

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 3
Capítulo 3 23
Capítulo 4 47
Capítulo 5 67
Capítulo 6 91
Capítulo 7 110
Capítulo 9 142
Capítulo 10 165
Capítulo 11 181
Capítulo 12 195
Capítulo 13 225
Capítulo 14 236
Capítulo 15 246
Capítulo 16 265
Capítulo 17 279
Capítulo 18 293
Capítulo 19 301
Capítulo 20 313