Subitamente, esta manhã, ocorreu-me que você era o homem indicado para me aconselhar, então corri para aqui e coloco-me, sem reservas, nas suas mãos. Se houver algum ponto onde eu não tenha sido claro, por favor, questione-me sobre isso. Mas, acima de tudo, diga-me rapidamente o que poderei eu fazer, pois esta miséria é mais o que eu posso suportar.
Holmes e eu tínhamos ouvido com o maior interesse este depoimento extraordinário, que tinha sido proferido aos soluços, por um homem que está sob a influência de emoções extremas. O meu companheiro ficou em silêncio por breves momentos, com o queixo sobre a mão, perdido nos seus pensamentos.
- Diga-me – disse ele, finalmente – poderia jurar que o rosto que viu à janela pertencia a um homem?
- De todas as vezes que o vi estava a alguma distância, por isso é impossível dizer com toda a certeza.
- Você parece, no entanto, ter ficado desagradavelmente impressionado por ele.
- Parecia ser de uma cor não natural e tinha uma rigidez estranha nos contornos. Quando me aproximei, o rosto desapareceu de imediato.
- Há quanto tempo é que a sua esposa lhe pediu as cem libras?
- Há quase dois meses.
- Chegou a ver, alguma vez, uma fotografia do seu primeiro marido?
- Não; houve um grande incêndio em Atlanta pouco depois da sua morte, e todos os seus documentos foram destruídos.
- E, ainda assim, ela tinha um atestado de óbito. Você disse que o viu.
- Sim, ela arranjou um duplicado após o incêndio.
- Já alguma vez falou com alguém que tivesse conhecido a sua esposa na América?
- Não.
- Alguma vez ela lhe falou em revisitar o local?
- Não.
- Ou recebeu cartas de lá?
- Não.
- Obrigado. Agora gostaria de pensar um pouco sobre o assunto.