Do interior provinha um ruído da máquina impressora.
- Eh! Você - indicou Baldwin a Mac Murdo, - pode colocar-se junto à porta e avisar-nos se a rua está desimpedida. Artur Willaby ficará consigo. Os outros acompanham-me. Não tenham medo, rapazes, pois temos doze testemunhas para provar que, neste momento, nos encontramos no bar do Sindicato.
Era quase meia-noite e a rua estava deserta, salvo um ou dois retardatários a caminho de casa. O grupo atravessou a rua e, empurrando a porta da redacção do jornal, Baldwin e seus homens irromperam no interior e subiram rapidamente a escada. Mac Murdo e o outro permaneceram em baixo.
Da sala do pavimento superior ouviu-se um berro, um brado de socorro e, depois, o ruído de cadeiras caídas. Um instante depois, um homem de cabelos grisalhos correu até ao patamar da escada, mas foi agarrado antes de poder ir mais além e os seus óculos caíram, tilintando, aos pés de Mac Murdo. Seguiu-se um golpe seco e um gemido. O homem caído de bruços e logo meia dúzia de bastões começaram a espancá-lo. Contorcia-se e os seus membros estremeciam sob os golpes. Quando todos se fartaram, só Baldwin, com um sorriso no rosto cruel, continuava a golpear a cabeça do desgraçado que, em vão, tentava defendê-la com os braços. Os seus cabelos brancos estavam empapados de sangue.
Baldwin, ainda sobre o velho, procurava acertar mais uma pancada, sempre que se lhe apresentava uma parte indefesa, quando Mac Murdo se precipitou pela escada acima e afastou-o com um empurrão.
- Você acaba por matá-lo - advertiu. - Pare com isso!
Baldwin fitou-o, enraivecido.
- Maldito! - exclamou. - Quem é você para intrometer-se nisto? Você que é novo na Loja? Afaste-se!
Levantou o bastão mas, com um gesto rápido, Mac Murdo tinha tirado o revólver do bolso.