O Vale do Terror - Cap. 2: Capítulo 2 – Sherlock Holmes Discorre Pág. 14 / 172

De facto, até certo ponto, pode, ser considerado como o âmago da questão.

Mac Donald sorriu francamente e olhou para mim, como a implorar-me auxílio.

- O seu pensamento é demasiado rápido para as minhas possibilidades, Mr. Holmes. O senhor deixa certos pontos sem ligação e eu não consigo abranger o sentido completo. Por mais que dê tratos à cabeça, não consigo ver a menor relação entre o pintor há muito falecido e o caso de Birlstone.

- Todos os conhecimentos são úteis a um polícia - observou Holmes. - Mesmo o facto trivial de que em 1865 um quadro de Greuze, intitulado “La Jeune Fille à l’Agneau”, alcançou nada menos do que quatro mil libras, no leilão de Portalis, pode ser motivo para uma série de reflexões.

As palavras de Holmes produziram efeito. O inspector mostrou-se imediatamente interessado.

- Devo ainda lembrar-lhe - continuou Holmes.- que o salário do professor pode ser verificado em várias fontes dignas de crédito. Monta a setecentas libras por ano.

- Então como pôde ele comprar...?

- Perfeitamente. Como pôde?

- Na, verdade, é esquisito- concordou o inspector. - Continue, Mr. Holmes. Estou a, gostar de ouvi-lo.

Holmes sorriu. A admiração de outrem sempre o emocionara, caracterizando-o como um verdadeiro artista.

- E a nossa ida a Birlstone? - perguntou.

- Ainda há tempo - respondeu o inspector, consultando o relógio. - Tenho um trem à porta e nem levaremos vinte minutos até à estação de Victoria. Mas, voltando ao quadro... creio tê-lo ouvido dizer uma vez, Mr. Holmes, que nunca se tinha encontrado com o Prof. Moriarty.

- Com efeito, nunca me encontrei com ele.

- Como pode estar tão bem informado acerca da casa onde vive?

- Ah! lsso é outro assunto.





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