- Acha que ele já sabe muita coisa? - inquiriu com ansiedade.
- Já cá está, pelo menos, há seis semanas e não veio para admirar a paisagem. Se tem podido utilizar o dinheiro dos capitalistas, deve ter comprado muitas informações.
- Em todo o caso, nenhum de nós falou. Na loja, não existe um traidor... a não ser que o patife do Morris... Só ele poderia trair-nos. Vou mandar um dos nossos rapazes ferrar-lhe uma sova, antes de anoitecer. Com uns ossos partidos é capaz de confessar...
- Não vejo inconveniente nisso - respondeu Mac Murdo, - mas não creio que Morris se tenha atrevido a trair-nos. É demasiado covarde para tanto. Se for espancado, antes do anoitecer, o facto é capaz de chamara atenção da polícia. Morris deve estar em casa e tem lá a família... Hão-de gritar para pedirem socorro e dar-se-á um alarme geral… Ora, de qualquer modo, Morris é Irmão da Ordem… Mas o senhor é o chefe e só a si lhe compete decidir...
- Tenho de tratar da saúde àquele velho imbecil. Há um ano que ando a pensar nisso.
- Compreendo... Mas não seria melhor adiar isso para amanhã? Creio que seria melhor mantermo-nos tranquilos até resolvermos, esta noite, o caso da «Pinkerton». Convinha-nos não alertar a Polícia... antes de tempo.
- Tem razão, Mac Murdo. De resto, quando interrogarmos Birdy, ficaremos a saber quem diabo o informou. Tem a certeza de que ele não desconfia de uma cilada?
Mac Murdo soltou uma gargalhada.
- Nem pensar nisso. Caiu como um pato e já me deu algum dinheiro adiantado, por conta dos documentos que julga poderem dar-lhe uma boa pista dos Vingadores.
- Que documentos?
- Imaginários. Não existem, mas convenci-o de que possuo estatutos, regulamentos e fórmulas de admissão no bando.