O Vale do Terror - Cap. 3: Capítulo 3 – A Tragédia de Birlstone Pág. 27 / 172

- A que horas a levantaram?

- Eram quase seis - respondeu o mordomo.

- Ouvi dizer que, habitualmente, era levantada ao pôr do Sol, ou seja, nesta época do ano, mais próximo das quatro e meia do que das seis horas.

- Mrs. Douglas tinha visitas para o chá - explicou Ames. - Não podia levantar a ponte entes de elas partirem. Depois eu próprio a ergui.

- Então o caso resume-se nisto - disse o sargento. - Se alguém veio realmente de fora deve ter atravessado a ponte antes das seis e permanecido oculto, desde essa hora, até depois das onze, no momento em que Mr. Douglas entrou na sala.

- Certamente. Mr. Douglas costumava percorrer a casa antes de deitar-se para ver se todas as luzes estavam apagadas. O homem esteve à sua espera e atirou. Depois fugiu pela janela, deixando a arma sobre o cadáver.

O sargento baixou-se e apanhou um cartão que se encontrava no soalho, ao lado do cadáver. Tinha, escritas grosseiramente a tinta, as iniciais V. V., encimando o número 341.

- Que é isto? - perguntou, mostrando o cartão. Barker fixou nele o olhar.

- Não o tinha notado - respondeu. - O criminoso deve tê-lo esquecido na fuga.

- V. V. 341. Não faz sentido! - observou o sargento, revirando-o nos dedos enormes.

- Que significa: V. V.? Talvez as iniciais de qualquer-pessoa Que é isso que tem nas mãos, Dr. Wood?

Era um martelo que ele tinha encontrado sobre o tapete, diante dia lareira: um martelo forte, semelhante aos usados pelos carpinteiros. Cecil Barker apontou para uma caixa de pregos com cabeça de latão em cima da pedra da chaminé.

Mr. Douglas esteve ontem ocupado a mudar a posição dos quadros - explicou. - Eu próprio o vi sobre aquela cadeira, a fixar o quadro grande.





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