O Vale do Terror - Cap. 1: PRIMEIRA PARTE - A TRAGÉDIA DE BIRLSTONE - Capítulo 1 – O Aviso Pág. 3 / 172

Contudo, tenho esperanças de chegar a ter, com ele, um ajuste de, contas final.

- Gostaria de assistir a isso! - exclamei entusiasmado. - Mas você, estava a referir-se a Porlock.

- Ah, sim! Esse nome apenas representa um elo de uma corrente de transmissão mas, cá para nós, considero-o um elo imperfeito; a única falha, nessa cadeia.

- E todas as correntes podem quebrar, por um elo mais fraco - comentei.

- Exactamente, meu caro Watson! Daí, o valor que atribuo a Porlock. Movido por uma tendência elementar, no sentido do Bem, e também animado pelo incentivo de uma nota de- dez libras que lhe tenho enviado ocasionalmente, por vias esconsas, já por duas vezes me forneceu informações deveras valiosas que me permitiram prever e- impedir o crime, em vez de ter de fazer com que o punissem.

»Tenho a certeza de- que, se conseguíssemos descobrir a chave deste criptograma; decifraríamos uma comunicação desse género.»

Holmes tornou a estender a tira de pepel sobre o prato vazio. Levantei-me e, debruçando-me sobre o seu ombro, examinei a estranha mensagem:

534 C 2 13 127 36 31 4 17 21 41 DOUGLAS 109 293 5 37 BIRLSTONE 26 BIRLSTONE 9 127 171

- Consegue deduzir alguma coisa disso? - inquiri.

- Trata-se, evidentemente, de uma tentativa para transmitir uma informação secreta.

- Sem a respectiva chave, uma mensagem criptográfica não tem qualquer valor.

- Realmente, neste caso, não tem.

- Por que diz: «neste caso»? - estranhei.

- Porque costumo ser capaz de decifrar a maioria dos criptogramas tão facilmente como qualquer pessoa lê as mensagens publicadas na «Secção de Pequenos Anúncios» dos jornais. Esse passatempo entretém o espírito sem o fatigar, mas esta mensagem é diferente.





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