Contudo, tenho esperanças de chegar a ter, com ele, um ajuste de, contas final.
- Gostaria de assistir a isso! - exclamei entusiasmado. - Mas você, estava a referir-se a Porlock.
- Ah, sim! Esse nome apenas representa um elo de uma corrente de transmissão mas, cá para nós, considero-o um elo imperfeito; a única falha, nessa cadeia.
- E todas as correntes podem quebrar, por um elo mais fraco - comentei.
- Exactamente, meu caro Watson! Daí, o valor que atribuo a Porlock. Movido por uma tendência elementar, no sentido do Bem, e também animado pelo incentivo de uma nota de- dez libras que lhe tenho enviado ocasionalmente, por vias esconsas, já por duas vezes me forneceu informações deveras valiosas que me permitiram prever e- impedir o crime, em vez de ter de fazer com que o punissem.
»Tenho a certeza de- que, se conseguíssemos descobrir a chave deste criptograma; decifraríamos uma comunicação desse género.»
Holmes tornou a estender a tira de pepel sobre o prato vazio. Levantei-me e, debruçando-me sobre o seu ombro, examinei a estranha mensagem:
534 C 2 13 127 36 31 4 17 21 41 DOUGLAS 109 293 5 37 BIRLSTONE 26 BIRLSTONE 9 127 171
- Consegue deduzir alguma coisa disso? - inquiri.
- Trata-se, evidentemente, de uma tentativa para transmitir uma informação secreta.
- Sem a respectiva chave, uma mensagem criptográfica não tem qualquer valor.
- Realmente, neste caso, não tem.
- Por que diz: «neste caso»? - estranhei.
- Porque costumo ser capaz de decifrar a maioria dos criptogramas tão facilmente como qualquer pessoa lê as mensagens publicadas na «Secção de Pequenos Anúncios» dos jornais. Esse passatempo entretém o espírito sem o fatigar, mas esta mensagem é diferente.